O Brasil ainda possui um vasto território coberto por florestas ricas em diversidade biológica. Mas em um mundo onde a preocupação com os ambientes naturais se globalizou, os olhares e as exigências dos países consumidores se tornaram cada vez mais rigorosos.
É nesse cenário que os produtores de cachaça, ansiosos por ocuparem um espaço merecido no mercado consumidor de destilados do mundo, devem se organizar. A adoção de práticas sustentáveis com responsabilidade socioambiental permitirá atender normas internacionais cada vez mais rígidas e frequentes em relação às suas cadeias produtiva e comercial.
É crescente o uso de espécies nativas para a fabricação de dornas e barris destinados ao envelhecimento e ao armazenamento das cachaças de alambique. Essa pluralidade de madeiras para esse fim faz com que esse produto, genuinamente brasileiro, atenda paladares distintos, do básico ao sofisticado.
Esse é um grande diferencial quando comparado a outras bebidas normalmente padronizadas em ouro e prata, como o rum e a tequila ou como o conhaque e o whisky, oferecidos somente após o envelhecimento em um só tipo de tonel, o de carvalho. Há quem diga que a cachaça está no caminho do chocolate ou das cervejas belgas, com uma infinidade de aromas e sabores. Dentro desse contexto, não está longe o dia em que a certificação de origem sustentável das madeiras utilizadas para fabricação de dornas e barris que armazenam ou envelhecem cachaça, seja uma das exigências para a entrada do produto em países principalmente da Europa e nos Estados Unidos.
Entendendo esse momento, os produtores devem implementar um trabalho com vistas a praticarem a reposição florestal com espécies nativas brasileiras, promovendo com isso o “envelhecimento sustentável” da cachaça de alambique, com reconhecimento internacional.